domingo, 12 de junho de 2011

Tear-Mantas de Trapos




Lembro-me com saudade da minha avó Laura, a juntar todos os trapos, gastos pelo uso, normalmente peças de roupa que se deixavam de usar, recolhidas de familiares ou de amigos.
Com alguma paciência rasgava o tecido em tiras que posteriormente cosia umas ás outras, originado um novelo que ía aumentando gradualmente. Quando o tamanho do mesmo já era considerável era a tecedeira que entrava em acção produzindo tapetes, passadeiras e mantas multicolores, que embelezavam o interior das habitações.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Contrastes




Ao viajar num intervalo do tempo, refugiei-me durante um período curto, em Antelas, procurando refazer ideias.
No intermédio resolvi fazer um passeio pedonal e rever locais que outrora percorria com uma maior regularidade.
No trajecto deparei-me com a construção de uma casa com traços futuristas, linhas rectilinias,com a incorporação de materiais mais evoluídos tais como o poliestireno extrudido ou o concreto translúcido, passando pelos paineis solares visando o aproveitamento das energias. Repousei durante alguns minutos e pensei na evolução,que por vezes incontrolável acaba por desvirtuar o belo e a traça original que ainda permanece por vezes intocável no nosso imaginário.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Meu Avô



Passei alguns períodos da minha vida em estreita comunhão com o meu avô, normalmente em períodos de férias ou nas quadras festivas.
Homem integro com a capacidade de se fazer respeitar por todos aqueles que o rodeavam. A sua palavra valia mais do que um qualquer contrato assinado entre ambas as partes, a sua postura embrenhava-se no nosso imaginário e todos nós o venerávamos.
Aqui fica a comemoração do seu último aniversário de vida..noventa e dois anos de uma vida de trabalho em prol da família.
Um bem haja pela sabedoria e respeito que incutiu em todos nós!

quinta-feira, 31 de março de 2011

O ENTREMEZ



O entremez (ou acto único, como também já se lhe tem chamado) consistia quase sempre numa peça curta que explorava, por vezes com acuidade cómico-satírica de recorte moral mais ou menos sincero, os multiformes flagrantes da vida real, conferindo-lhes um teor abertamente burlesco, através da linguagem utilizada, das situações expostas e das personagens apresentadas.
Quando criança e acompanhado pelos meus pais, deslocávamos-nos a algumas povoações vizinhas, caso particular de Cercosa. Hoje e passados anos está bem viva na minha memória esses momentos de puro entretenimento. Mas a sociedade evoluiu, as ofertas multiplicaram-se e o entremez foi caindo no esquecimento. Mas quem conheceu esta forma de cultura não esquece o seu valor.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A PODA



A poda é um dos actos que está directamente ligado ao trabalho da vinha, no nosso caso sabemos que deve ser feito, porque as gerações que nos antecederam o faziam, é verdade que muitos de nós nunca nos questionámos sobre estas coisas, é assim porque é assim, mas que se ao logo dos anos o fizeram por alguma razão foi.
Vamos tentar olhar olhar para a poda, questionando e tentando perceber.
Em Lafões o vinho americano é rei e senhor e a sua produção ainda se cumpre todos os anos, se bem com menos volume do que em tempos idos. Mas, como tudo, a vinha necessita de cuidados para que a época das colheitas seja proveitosa. As vinhas estão sujeitas a amanhos que, em grande parte,não diferem daqueles que se praticam em todas as regiões que têm nas vinhas parte dos seus trabalhos. Enxertia, poda, empa e rega são quatro procedimentos chave na construção de uma vinha.

Mas então o que é a poda?
Não é mais do que o corte de certas varas, com o fim aumentar a qualidade das uvas e melhorar as condições de produção da videira, conseguindo-se assim que as raízes possam estar proporcionais às vides que no futuro irão ser a ramagem da videira .

Quando é que deve ser feita a poda?
A poda deve ser feita quando as folhas já estão a a cair, ou seja aquilo que chamam o descanso vegetativo. Mas devemos ter também em atenção a nossa região pois se a poda for feita na altura das maiores geadas os cortes da poda podem demorar a cicatrizar.
Nunca se deve podar a seguir à vindima porque as folhas ainda estão a trabalhar e não foi ainda dado inicio ao processo de emigração das substâncias que estão nas folhas para as varas e cepas da videira.

O que aconteceria se as videiras não fossem podadas?
Se as videiras não fossem podadas as suas varas iam crescer muito finas, todas embrulhadas e os seus cachos seriam muitos e de bagos pequenos (com pouco sumo) em que o seu amadurecimento acabaria por ser irregular, acabando por produzir um vinho de baixa qualidade.

Porque podamos?
Além de querermos obter cachos maiores e com maior teor de sumo , com elevados teores de açúcar que dão origem a vinhos com maior graduação, queremos que a videira mantenha a sua produção constante ao longo dos anos e que além disso nos permita tratar da videira facilmente, quer seja a atar a por os paus, a sulfatar ou a cavar a terra (amanhar).

Atenção a ter na poda
Os cortes devem ser sempre bem rentes, lisos para que o corte cicatrize rapidamente e convenientemente. Nas varas, os cortes devem fazer-se um centímetro acima dos olhos (gomo). Os braços e os ramos mais grossos cortam-se com serrote, sendo depois o golpe alisado com uma navalha.
Deve ter-se o cuidado em fazer o menor número de cortes e que a grossura dos ramos cortados não seja muito grande, porque a cicatrização é tanto mais fácil, quanto menor for a grossura do ramo cortado.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

As Janeiras



As janeiras já estão na rua um pouco por toda a região de Lafões.
Formam-se em grupos,alguns com várias dezenas de elementos, que cantam e animam as localidades,deslocando-se de casa em casa, ou posicionado-se num local central, desejando um bom Ano a todos os presentes.
No grupo de janeireiros, tocam-se vários instrumentos musicais, tais como a pandeireta, ferrinhos, tambores,e outros que se integram numa vasta panóplia. Em muitas aldeias esta tradição ainda se mantém viva, especialmente no Norte de Portugal, nas Beiras, mais concretamente na região de Lafões.

Últimos Posts