sábado, 18 de outubro de 2008

ANTAS PINTADAS-DESENHOS









Antelas constitui, sem dúvida, o monumento megalítico iconografado melhor conservado da Península Ibérica. Os recentes trabalhos arqueológicos, seguidos de medidas de protecção, permitiram a sua observação e a realização de novos estudos, nomeadamente o levantamento das pinturas e gravuras, análise química dos pigmentos, etc.
Neste âmbito destaca-se a datação pelo processo de Carbono 14 de material orgânico (madeira carbonizada) contido no "pigmento" preto das pinturas, permitindo situá-las entre 3625 e 3140 cal. AC. A construção do dólmen terá ocorrido um pouco antes, algures (ou mesmo com posterioridade), entre 3990 e 3700 cal. AC, como parecem indicar outras três datações de amostras de madeira carbonizada recolhidas nos sedimentos existentes no átrio, enquadrando-se, genericamente, no período de apogeu do megalitismo na Beira Alta (4000-3600 cal. AC).
É a primeira vez que pinturas de monumentos megalíticos, cronologicamente situáveis na última fase do período Neolítico, são datadas pelo processo de Carbono 14, embora este método tenha já sido utilizado para a datação de pinturas paleolíticas, nomeadamente de grutas francesas e do norte de Espanha. A aplicação do Carbono 14 às pinturas cujo pigmento contenha matéria orgânica é agora possível com a utilização do acelerador de partículas, permitindo a análise de amostras de alguns miligramas.
Os resultados radiocarbónicos de Antelas terão de ser aferidos com novas análises, pois os parâmetros temporais definidos são muito extensos. Por outro lado, os trabalhos de campo indicam que o monumento terá tido pinturas desde o momento da sua construção, mas é também de admitir o seu reavivamento (e, mesmo, o retoque e acrescentamento de outros motivos) ao longo do período de tempo em que o monumento esteve em funcionamento. De facto, nas pinturas a vermelho é possível identificar, pelo menos, dois tons, e os motivos executados a preto apresentavam-se bastante nítidos, por vezes mesmo "empastados", como, aliás, os primeiros escavadores do monumento observaram. Neste contexto, só múltiplas análises permitirão definir os diferentes momentos da "vida" do monumento.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

ANTA PINTADA

Rodeada por eucaliptal e algum mato e coberta ela própria por vegetação arbustiva, a mamoa pode passar despercebida ao olhar menos atento. Até a porta fechada de traçado rectangular pode sugerir tratar-se de uma construção rural para abrigo ou armazenamento de alfaias agrícolas. Mas por baixo desta pequena elevação esconde-se um tesouro com alguns milhares de anos. Trata-se da Anta Pintada de Antelas, um dos monumentos megalíticos mais extraordinários do nosso país.
Aberta a porta, uma luz mortiça penetra alguns metros pelo túnel que conduz à câmara funerária. E é nesta câmara que se encontra o elemento de maior interesse desta construção: as pinturas decorativas que foram feitas sobre os esteios e que se encontram magnificamente preservadas. Estas pinturas, a vermelho e preto, contêm representações geométricas, sendo umas figurativas e outras abstractas. 
Entre os elementos identificados nestas pinturas são de referir: ziguezagues, labirintos, o sol e a lua, dentes de lobo e figuras humanas.
Classificada como Monumento Nacional desde 1990, a Anta de Antelas surpreende pelo bom estado em que se encontra, sendo de salientar o cuidado que tem havido com a sua conservação, nomeadamente por parte da Câmara Municipal de Oliveira de Frades.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O INICIO


Antelas é uma povoação situada no concelho de Oliveira de Frades, distrito de Viseu, sendo considerada uma das mais antigas da região, visto nela, terem sido encontrados vestigios pré-históricos.
Aqui explorou o Prof.A.Girão duas antelas, uma imcompleta e outra completa, esta formada por nove grandes lajes de granito de três metros de altura.
A dois metros e meio de profundidade, encontrou três machados de pedra, um pedaço de outro machado, uma placa de xisto e uma faca de silex com a forma de costela de porco.
Nas faces interiores das lajes, alisadas, notou desenho de xadrez a ocre vermelho, com tinta perfeitamente conservada. Encontrou ainda, pedaços de carvão vegetal e muita cinza, o que o levou a crer que o cadáver ali sepultado tivesse sido incenerado. Numerosos calhaus de quartezito que encontrou seriam o resultado de cerimónias fúnebres, em que cada indivíduo que acompanhava o cadáver atiraria uma pedra sobre ele.
A outra mamoa, a cem metros desta, tem ainda seis lajes de uma antela destruida.
Antelas foi berço de um dos mais ilustre filhos do concelho, o Dr. Joaquim de Almeida.

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