Neste caso mais uma migração do litoral para o interior, tendo como positivo o repovoamento desta povoação.
A casa em reconstrução é da Dª Irene, e tem absorvido grande parte dos seus tempos livres na procura de dinâmicas para um acabamento mais célere.
Um dos principais materiais utilizados na construção das casas, por excelência é o granito material preferido, dado a sua facilidade de trabalho e a resistência ao esforço e a alterações. O granito de grão grosseiro e de duas micas, que predomina no norte de Portugal, não se presta à feitura de ornamentos delicados, mas harmoniza-se com as formas singelas de estilo românico.
No passado a construção de habitações (outros edifícios) era feita de materiais da própria região como sejam os calhaus rolados do rio (“bolas”), o granito, o xisto, o barro
vermelho, a madeira (castanho e pinho) e a telha portuguesa ou canudo.
As paredes exteriores eram construídas com as “bolas” depois de partidas ao meio, o granito era utilizado para a construção das esquinas das casas e para o suporte das janelas, o xisto era colocado sobre as janelas e o barro vermelho servia para vedar as paredes.Interiormente as paredes e o soalho da casa eram em madeira de pinho,assentando este último em barrotes de castanho. O divisionamento da casa era feito da seguinte forma: no rés-do-chão encontravam-se o curral e/ou arrumos e no primeiro andar a cozinha, os quartos (normalmente em número de dois), e a varanda em madeira,sendo a ligação entre os dois pisos feita por uma escada interior em madeira.
A razão desta divisão tinha a ver com as condições climatéricas da região, pois a presença de animais no rés-do-chão fornecia calor ao piso superior. Outra característica destas habitações era a não existência de chaminés, vistos os fumos saírem directamente pelo tecto. Hoje, apesar do ainda existente património arquitectónico, a dificuldade de loteamento, o retorno dos emigrantes, têm contribuído para a progressiva destruição do núcleo urbano das povoações com maiores características tradicionais.